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Bem vind@ a página de anTONio MARtins MELo (TON MARMEL), Advogado pós-graduado em Direito Público, Artista Visual, Arquiteto da própria vida, que tem a missão de oferecer serviços jurídicos experientes, consultoria, defesa, acompanhamento processual com conhecimento de excelência, criatividade, segurança e eficiência.
DESTAQUE: DIREITO AUTORAL - AUTENTICIDADE DE OBRAS - Análise e sugestões ao legislador. (Para ler basta clicar neste link http://antoniomartinsmelo-advogado.blogspot.com/2011/05/direito-autoral-autenticidade-de-obras.html

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terça-feira, 28 de agosto de 2018

DIFERENÇA SALARIAL NA ENTREVISTA DE BOLSONARO A REDE GLOBO

DIFERENÇA SALARIAL NA ENTREVISTA DE BOLSONARO A REDE GLOBO - Um dos grandes meles do brasileiro é querer inventar coisas que já existem e basta apenas que funcionem, e isso vale pra tudo, desde leis a órgãos públicos, principalmente quando pretendem justificar seus empregos e salários e mesmo dizerem que trabalham e que sua atuação profissional é importante.

Ora, assistindo a entrevista do candidato Jair Bolsonaro na TV Globo vi que surgiu questionamento a respeito do quanto aufere o jornalista William Bonner e a jornalista Renata no tocante a diferença salarial face ao exercício da mesma profissão e a resposta está solucionada e localizada na lei trabalhista.
Consta na CLT que sendo idêntica a função, a todo trabalho de igual valor, prestado ao mesmo empregador, na mesma localidade, corresponderá igual salário, sem distinção de sexo, nacionalidade ou idade, entre pessoas cuja diferença de tempo de serviço não for superior a 2 anos (art. 461 da CLT).

Com relação a diferença salarial nós temos, sim, um problema que precisa ser solucionado que é garantir a permanência no emprego de quem processa o empregador, durante a existência do vínculo empregatício, pois não existe garantia de que o trabalhador irá permanecer empregado enquanto dura o processo contra seu patrão até mesmo porque vivemos num país livre e ninguém e nem o patrão são obrigados a manter empregado que não queiram. Mas, mesmo quanto a isso, já existe a previsão na lei de que o trabalhador, depois que saiu do emprego, tem ainda 2 anos para buscar seus direitos e diferenças na justiça (pra ingressar com processo) e requerer as diferenças salariais perdidas durante os últimos 5 anos. Então, para cada problema há sempre, pelo menos, uma solução - para cada mal, um remédio!

Assim, já existem as previsões para solução de problemas de diferença salarial na lei, do mesmo modo que já existem as Delegacias Regionais do Trabalho, o Ministério Público do Trabalho e a justiça especializada do Trabalho organizada através dos Tribunais Regionais do Trabalho e nada precisa que seja criado, que seja inventado, que seja prometido demagógicamente por nenhum candidato em véspera de eleição.
Entáo, como o órgão já existe, não precisa ser inventado ou ter sua invenção prometida pra ganhar votos, basta que o órgão funcione e que as pessoas busquem seus direitos sem achar que por estarem atrás de seus direitos aviltados são merecedoras de prêmios, bônus e incentivos do governo. Aliás, pra quem busca justiça e prova seu direito já existe, inclusive na lei, a previsáo de um prëmio, de um bönus de sucumbëncia compensatório a ser pago no final pela parte vencida, pela parte que perdeu o processo.
O grande mal do brasileiro é querer inventar coisas que já existem para justificar que trabalha e onerar e manter ainda mais a corrupção. É querer inventar a roda que já foi inventada na época dos homens das cavernas. É querer enxugar gelo. Ora, se os órgãos e meios já existem basta apenas que sejam procurados e que funcionem e se não funcionam extingue-se e, AI SIM, cria-se algo que funcione.



segunda-feira, 27 de agosto de 2018

REALIZE SONHOS. CAPACIDADE E SUCESSO

Não importa o que você faz de sua vida. Se você decidiu ser empreendedor, escalar uma montanha, casar ou ser solteiro convicto – algumas pessoas irão te apoiar, enquanto outras irão duvidar de suas habilidades para ser bem sucedido.

Aliás, a maioria das pessoas é comodista, é mal sucedida e, por ser assim, frustrada (seja emocionalmente, profissionalmente, financeiramente, psicologicamente) costuma duvidar da capacidade das demais pessoas usando como referência suas próprias fraquezas e decepções, enquanto outras sentem uma inveja maligna de quem elas acreditam que possuem condições de serem bem sucedidas exatamente porque essas pessoas possuem aquilo que lhes falta, e por sentirem inveja menosprezam e buscam diminuir as qualidades e aptidões das pessoas as quais elas admiram.

MarMel Realizando Sonhos


(Aqui abro parêntesis para recordar sinônimos para de diminuir o valor, a qualidade, a virtude de (alguém, algo ou de si mesmo); depreciar(-se), não dar importância a; desprezar(-se), desdenhar(-se)).

Você pode escolher ouvir os céticos, ou apertar o botão ignorar. Andar por aí com uma placa colada em seu peito com a frase escrita “Não perturbe”, será somente um paliativo!. Pessoas sempre vão te julgar, criticar e te desencorajar enquanto outras irão te dar o maior apoio.

Não se preocupe! Existem meios de conseguir lidar com esse ceticismo e. aí vão as dicas:

#1 – Fale com o cara do espelho
Você é o seu pior e maior crítico. Com frequência olhamos para nós mesmos e decidimos focar nos nossos erros ao invés de nos focarmos nos nossos acertos. Acredite em você mesmo primeiro, e, com o tempo e talvez, os outros também poderão acreditar. Mas não paute jamais sua vida pelo que os outros acreditam ou pensam, pois no que os outros acreditam e pensam talvez seja bom para os outros e não para você.

#2 – Permaneça positivo e confiante
Nós todos conhecemos a 3º lei de Newton: “Para cada ação, há uma reação de igual intensidade e sentido contrário.” Faça o bem e o bem retornará.

Atitude é tudo – porém, somente positividade não produz progresso.
De fato, nossos deslizes e falhas fortalecem aqueles que não acreditam em nós, mas lembre-se do diamante: Ele só é uma pedra valiosa, depois de passar um árduo processo! No pain, no Gain!

Além disso existem situações cujos resultados positivos não dependem de sua atitude, que não dependem de você, de seu esforço, de seu emprenho. São os chamados em Direito de Fato do Príncipe, alheios a vontade de cada pessoa, mas cujo resultado incide diretamente sobre a vida das pessoas e muda os resultados ocasionando prejuízos. São também os casos fortuitos e as forças maiores que independem de cada indivíduo no tocante a previsibilidade.

#3 – Escute aqueles que não gostam de você, mas não “preste atenção” no que eles dizem.
Preste menos atenção no que as pessoas dizem e foque no porque eles dizem. Qual é a motivação delas? Inspirar ou esvaziar? Ações falam mais do que palavras. Aja, aconteça ou providencie meios para que sua ação, sua realização e resultados positivos aconteçam e sejam alcançados.

#4 – Levante rápido, sempre que cair ou tropeçar.
Quando você tentar algo novo poderá cometer erros e deslizes. E isso pode parecer que você está falhando mais do que o normal e pode ser visto como o fracasso final, aos olhos dos céticos. “Nunca acredite nisso!”. Continue sempre, pois o sucesso é a jornada e não um destino final, e você crescerá no caminho.

#5 – Dê a eles uma razão para que eles acreditem em você.
Mostre aos céticos que você pode ser bem sucedido. Mostre e não somente fale. Sucesso pode levar mais tempo do que parece. Então seja persistente e proativo, sempre, mas não dë muita importância ao que os outros falam até mesmo porque as pessoas falam muito e pouco merece ser aproveitado do muito que falam, opinam na vida alheia.

#6 – Não seja cercado por céticos!
Um pouco de ceticismo e críticas podem ser saudáveis para o seu sucesso e até podem funcionar como catalisadores. Mas, não seja cercado por críticos e céticos porque eles podem acabar contagiando você e te enfraquecendo ainda mais, pois uma coisa é ser criticado eventualmente por uma ou outra pessoa, e outra coisa é viver sendo criticado por um grupo de pessoas que dizem querer o seu bem e o melhor para você. A não ser (claro!) que você seja o tipo de pessoa errada, que viva errando e dando motivos para ser criticado! Em todo caso, é preferível e mais importante que você tenha apoiadores em seu círculo de amizades.

E lembre-se: Cada vez que superamos um obstáculo, saímos melhores do que quando começamos, e isso os céticos não podem ignorar! Além do mais, errar é humano, persistir no erro é desumano.




EXECUTE SONHOS

Nada do que se fez há uma hora se repetirá do mesmo modo, com a mesma força, emoção e pensamento.

Nenhum dia será igual ao outro para as pessoas, mesmo que as horas sejam abstrações humanas iguais que se repetem, nenhuma núvem passa sobre sua cabeça do mesmo modo duas vezes.

Nenhum firmamento de estrelas é igual ao outro. Nenhum dia de sol é igual a outro. Nenhuma chuva é igual a outra.

Execute Sonhos. Ton MarMel. 


Nenhum lado do planeta é igual ao outro lado.

Nenhuma parte do corpo humano é igual a outra!

Nenhuma mão é igual a outra e nenhum seio, dedo, cabelo, olho, orelha, pé, célula de um mesmo corpo é igual a outra.

Nenhum filho é igual ao outro.

Todo ser é único.

O que náo foi feito ontem não poderá ser feito hoje. O ontem já passou, a oportunidade não aproveitada foi perdida.

Daqui a dez anos você estará mais arrependido das artes que não criou, não pintou, não esculpiu, não escreveu, não registrou nem experimentou, não vivenciou nem executou por seu pensamento e emoção plástica (mesmo virtualmente), do que pelas obras que fez. Então sonhe, mas realize muito mais!

E dê graças a Deus por estar vivo agora, neste instante, e de poder executar o que postergou a execução opor alguma razão, mesmo que essa razão não tenha sido dependente de sua vontade.



quarta-feira, 22 de agosto de 2018

MANIPULAÇAO CONCEITUAL

"O pólo negativo da “conscientização” é a manipulação. A pessoa é “sujeito” e deve ser tratada como “sujeito”. Mas a pessoa pode ser convertida e tratada como “objeto”. Este é um dos maiores riscos que corre.
Apresentamos aqui uma reflexão sobre o fato da manipulação humana. Embora o tema não tenha ainda encontrado esquemas claros de desenvolvimento, não podemos deixar de traduzir numa linguagem de reflexão as pré-compreensões que o homem de hoje tem com relação ao fenômeno humano da manipulação.

Manipulação: Manipulador e Manipulado. (Auto-foto e Foto-montagem criadas por Ton MarMel, inspiradas no livro A Ideologia da Sociedade Industrial: O Homem Unidimensional do filósofo Herbert Marcuse. Brasilia - DF, 22.9.2018).

Deixaremos de tratar os aspectos morais da manipulação no campo da biologia humana, por exemplo. Fixar-nos-emos no fenômeno global da manipulação.
A realidade da manipulação não foi ainda submetida a uma reflexão sistematizada. Rahner constata o fato sintomático de que este termo não entrou nos dicionários das ciências políticas e sociais.
Procurando esclarecer conceitualmente a realidade da manipulação humana, faremos em seguida um conjunto de aproximações parciais. Para isso, teremos em conta as contribuições dos autores que nos últimos anos refletiram sobre essa realidade.

1. Conceito de manipulação

a) O uso do termo “manipulação”
A expressão manipulação “do homem” é ambígua e imprecisa. Trata-se de uma palavra tópica, com todas as características que isso comporta: imprecisão, carga emotiva, qualidade sugestiva mais que esclarecedora etc. O uso que dela é feito nos fala de um espectro grande de significados, que vão desde o campo das ciências naturais ao da critica social, para terminar no âmbito da pura polêmica.

Os diversos empregos que se costumam fazer do termo “manipulação” dependem dos seguintes fatores e interesses:
a) Um primeiro fator de diversificação nos é proporcionado pela variedade de campos em que foi e é empregada: na práxis médico-cirúrgica, nas experiências físicas e químicas, no influxo bioquímico sobre os genes, na experimentação sociológica científica (manipulação das variáveis dadas – pesquisas eleitorais ou de opinião, por exemplo), na crítica social etc. Esta primeira constatação fala-nos de um deslize do uso do conceito manipulação do campo das ciências naturais para o da crítica social a terminar no âmbito da pura polêmica.
b) Dentro do âmbito da crítica social, o conceito de manipulação tem fronteiras pouco definidas. 

Com efeito, no plano descritivo se situa freqüentemente em equivalência a retórica, arte de persuadir ou doutrinar, inabilitação, repressão, de-sublimação, tudo isso para o âmbito de conseqüências referidas às pessoas; e com a publicidade, a propaganda, a unificação, a exploração ou a demagogia, para o âmbito das conseqüências preferentemente relativas à sociedade.

Como demonstra esta lista, certamente não completa, de conceitos estreitamente aproximados e não claramente delimitados entre si, o conceito de manipulação abarca praticamente todo o conjunto de técnicas de influência social –  excluída unicamente a utilização da força bruta -, sem nos permitir reconhecer uma diferença específica entre os conceitos apontados, e que torna indispensável para uma definição válida.

b) Sentido etimológico

A partir do estudo do tema nas obras clássicas de Forcellini e Du Cange e nos dicionários etimológicos das línguas modernas, Ferrero chega às seguintes conclusões sobre a acepção etimológica da manipulação: “O termo ‘manipulação’ e seus derivados provêm em todas as línguas ocidentais (alemão, espanhol, francês, inglês, italiano e português), do latim manipulus, manipulare, manipulatio,manipulator, compostos por sua vez das raízes latinas manus(mão) e pleo (encher). Por isso seu significado original está relacionado com a idéia daquilo que se leva na mão ou do que pode ser contido na mão. Era a própria idéia de manipulus no latim decadente falando de ervas, flores, sementes, substâncias químicas ou metálicas etc., sobretudo com relação à alquimia, à farmácia, à arte, à ourivesaria ou à cerâmica, até converter-se em medida.

A ação correspondente, manipulare, manipulatio, se referia, paralelamente, à ação e à arte de combinar ou manejar esses elementos para obter um resultado especial, distinto do que se podia esperar deles abandonados a si mesmos.

Daqui a idéia de tratamento, elaboração, manejo e transformação que o homem fazia com suas próprias mãos do corpo humano (medicina e cirurgia), dos produtos químicos (química e farmácia), das terras e metais (arte, cerâmica e ourivesaria). É o colorido que ainda conserva quando se trata do significado metafórico: um tratamento e manejo dos materiais manipulados e de suas possibilidades para se obter um resultado concreto partindo de uma alteração da natureza ou modo de ser desses elementos, aproveitando suas propriedades, suas qualidades, as energias, as leis intrínsecas de cada um.

O manipulador, no sentido etimológico, obtém resultados maravilhosamente distintos daqueles que são próprios dos ingredientes naturais, mas sem os alterar previamente. Por isso se supõe nele um conhecimento, uma ciência e uma arte das propriedades e das leis a esses elementos sujeitos, sendo tudo isso desconhecido, secreto a todos aqueles que de qualquer modo estão ou possam estar interessados pelo resultado da manipulação. Esta ciência e este segredo são a base da ganância, do prestígio e da eficácia da manipulação.

c) Definição conceitual

Procurando definir o conceito de manipulação, temos que distingui-lo e não confundi-lo com outros conceitos bastante parecidos. A manipulação humana, tal como aqui é entendida não se identifica com:
– violação aberta e deslavada da liberdade do homem (desde a escravidão propriamente dita até as novas formas de servidão do homem);
– violências físicas ou morais infligidas sobre outras pessoas, que as padecem e agüentam, porque não podem desfazer-se delas (por exemplo, injustiças no mundo do trabalho, opressão no setor político, prática de tortura para arrancar confissões, dinheiro etc.);
– formas de desumanização, realizadas pelo próprio sujeito que as padece ou por outro agente alheio a ele.
A manipulação é a violação da liberdade, é uma violência e é uma forma de desumanização. Mas nem toda desumanização, nem toda violência, nem toda a violação da liberdade devem ser entendidas como ações manipuladoras.
O conceito de manipulação traz consigo uma nota específica que o qualifica enquanto tal: a ausência ou supressão de toda dimensão crítica por parte do manipulado, e a aceitação de tal acriticidade por parte do manipulador.

Manipulação não significa uma simples influência ou exercício de poder como tais, mas uma forma toda especifica, irracional de exercer a influência e o poder

É o exercício do poder sem legitimação, sem autoridade.

A manipulação descarta tudo o que é raciocínio crítico do interessado. O homem não percebe o ataque como não percebe uma combinação química. Os estímulos da manipulação são percebidos de forma inconsciente; por meio dum arranjo feito habilmente, permanecem ocultos à consciência. 

Criam assim uma falsa consciência, e, a partir dela, a vítima das práticas da manipulação crê falsamente que tomou uma decisão racional. Aproveitando-se da forma irresponsável de uma disposição fundamental do homem, de sua natureza social, paralizando assim sua capacidade de objetivação e de distanciamento, sua liberdade, a manipulação deve ser considerada de fato como a mais desumana que todas as outras formas de violência ou de opressão.

Para Böckle é também a ausência de criticidade no manipulado a nota específica do conceito de manipulação. “Tomada em seu sentido mais amplo, a palavra “manipulação” significa hoje algo assim como “preparação do homem”, o que designa uma influência exercida seletiva e certeiramente sobre processos de desenvolvimento tanto individuais como sociais, sem que os atingidos de fato possam entrever suficientemente nem o processo em si mesmo nem os objetivos e métodos da persuasão a que são submetidos. Nesta condição precisamente se põe toda a ênfase já que nem a persuasão inter-humana, nem a intervenção nos processos vitais são, em princípio, algo novo. O problema da manipulação repousa na falta de transparência para os atingidos”.

2. Formas da manipulação (âmbitos da manipulação humana)

O homem é um ser manipulável. Não é de estranhar, portanto que existam muitos campos de manipulação. Em qualquer lugar onde o homem se realiza podemos encontrar um campo possível para a manipulação.
Pode-se fazer diversas classificações das formas de manipulação. Consignamos em seguida duas: uma classificação sistemática e outra descritiva-concreta.

a) Tipologia sistemática

Fazendo uma consideração sistemática do homem e da manipulação, pode-se chegar como o fez Ferrero, à seguinte classificação:
 Em razão do sujeito manipulador: manipulação individual ou institucionalizada, conforme se trate de um indivíduo ou de uma instituição (sociedade, cultura, grupo social, nação, partido, associação) que procura manipular a liberdade dos demais;

 Em razão do sujeito manipulado: manipulação pessoal, social ou ambiental, conforme se procure controlar a liberdade a partir da pessoa, do grupo social, ou do meio ambiente em que vive. Por sua vez, a manipulação pessoal pode ser: somática (ou psicossomática) e psicológica, conforme se realize a partir do corpo ou por meios psicológicos que atuam diretamente sobre o espírito;

 Em razão do modo como se realiza: manipulação mediata ou imediata, consciente ou inconsciente, vulgar ou científica;

– Em razão dos efeitos que vai produzir na pessoa ou no grupo manipulados: manipulação inócua (sem outros efeitos que a manipulação da liberdade e a consecução dos fins a que se havia proposto o manipulador),perfectiva (corrige ou melhora o modo de ser do sujeito manipulado, proporcionando-lhe, conforme a estimativa social estabelecida, um benefício, embora não seja isso o que diretamente busca o manipulador) ou prejudicial(se, além de manipular sua liberdade, causa-lhe outros danos).

 Em razão do fim a que se propõe o manipulador: manipulaçãonecessária (nasce do contexto sócio-cultural no qual vive o manipulador e o sujeito manipulado), útil  (procura melhorar a situação do sujeito manipulado ou a de ambos), terapêutica (procura curar de alguma maneira o sujeito manipulado, enfermo ou incapaz de guiar-se normalmente por si mesmo no uso de sua liberdade), experimental (quer experimentar práticas ou medicamentos que podem se tornar benéficos para o sujeito manipulado ou para toda a humanidade), egoísta (quando somente procura a utilidade do sujeito manipulador sem levar em conta a pessoa dos outros);

– Em razão dos meios empregados para a manipulação: manipulação somática, psicológica, social ou cultural conforme se tenha em vista as leis e condicionamentos que podem influir sobre a liberdade a partir do corpo (medicamentos, operações, transplantes, drogas etc.), a partir do espírito (métodos sociológicos e parapsicológicos em toda a sua amplitude) ou do meio sócio-cultural (educação, meios de comunicação social – mídia -, grupo, família, ideologia, utopias etc.).

b) Classificação descritiva-concreta

Mais interessante que uma tipologia sistemática da manipulação é uma exposição descritiva das principais formas manipuladoras do homem atual. Aqui vão algumas delas:
– manipulação da biosfera na qual vive o homem: contaminação do ambiente, sobretudo do ar e das águas (manipulação macro-ecológica); desumanização das cidades (manipulação micro-ecológica);

– manipulação da cultura e da arte: instrumentalização e comercialização da arte (por exemplo: o cinema, a televisão etc.); educação utilitária, para uma ordem estabelecida… É por isso mesmo que se postula hoje uma cultura e uma educação libertadoras;

– manipulação através dos meios de comunicação social (MCM = Meios de Comunicação de Massa): é a existência desses meios a que explica e possibilita, em grande parte, todas as outras formas de manipulação. É esse um aspecto muito desenvolvido na crítica social atual;
– manipulação publicitária, servindo-se fundamentalmente dos instintos humanos de agressividade, sexualidade, poderio etc.;

– manipulação social em suas várias fontes: econômica, política e ideológica;

– manipulação da opinião pública;
– manipulação da racionalidade do agir humano (manipulação e cibernética);

– manipulação no plano religioso (seitas, mistificações das crenças e crendices, superstições, astrologia, horóscopos, simpatias, devoções e outros “ópios”…)

Todas essas formas de manipulação podem ser resumidas numa só: a tentativa de modificar interresseiramente o próprio homem. Tal modificação pode ser entendida como uma “autoprogramação” do futuro ou como uma influência irracional e acrítica, por parte de quem a padece de modo a configurar um tipo de homem que melhor se acomode a outros fins. O primeiro aspecto aparece fortemente nas “pesquisas” e experimentações biológicas. O segundo aspecto aparece mais claramente no campo da ação social do homem.

3. A manipulação social: forma privilegiada das manipulações atuais

Acabamos de assinalar que as formas de manipulação se unificam na elaboração de um “tipo de homem” que melhor se acomode aos fins que o manipulador persegue. Com isso afirmamos também que a forma privilegiada de manipulação é a de caráter social. A “unidimensionalidade” socialmente manipulada vem a ser o núcleo originário de todas as forças manipuladoras do homem atual.
A manipulação social pode ser verificada de um modo concreto nas manifestações da vida social atual. Constata-se o  poder da manipulação nos diversos níveis da realidade social: na publicidade, na opinião pública, na elaboração e na força das ideologias, nos sistemas educativos, no exercício da autoridade, no comportamento permissivo da vida social atual, na programação econômica, nas técnicas de pesquisas, nas realizações de diferentes grupos humanos etc. 

Um discernimento sobre estas formas de manipulação conduz-nos à conclusão de que a “manipulação constitui um fato não exclusivo, mas sim típico das sociedades industriais avançadas” (Merks).

Cremos que o problema deva ser apresentado em um nível ainda mais profundo. A manipulação aparece nas manifestações da vida social precisamente porque aestrutura social atual tem uma configuração manipuladora. É justamente esta estrutura social que desencadeia todo o processo manipulador: a) cria “aquele que manipula” dando origem a homens, grupos ou sistemas que necessariamente originam o “manipulado” ao tornar fácil a existência de homens ou grupos de homens que crêem atuar por sua própria conta embora de fato estejam sendo programados (telespectadores, leitores de jornais, assembléia de sindicatos etc.); b) cria o “manipular” enquanto operação calculada para transmitir uma mensagem determinada a um receptor humano a fim de que a viva como sua (o “input” ou entrada desencadeará um “output” ou saída sem “ruídos” vivenciais).

Para descobrir a força manipuladora do sistema seria necessário realizar uma análise da estrutura configuradora da sociedade atual. Indicamos as pistas por onde se deve canalizar a tal análise:

* A cultura tecnológica e sua incidência na sociedade estruturalmente manipuladora.

A tecnologização de nossa sociedade e de nossa cultura é um fato. O diferenciador e específico da revolução tecnológica com respeito a outras revoluções anteriores (a neolítica, a industrial etc.) é que está passando a barreira da até agora inabordável intimidade do homem, cuja originalidade e liberdade pareciam estar resguardadas, muito além da influência da tecnologia. Mas o problema não está na tecnologização; esta por si só não leva a uma manipulação humana. O fantasma da manipulação aparece pelo fato de que nem todos os grupos têm a mesma possibilidade de apropriar-se das conquistas tecnológicas. Só as novas classes detentoras do poder econômico, social, político e cultural são as que realmente se apropriam das novas conquistas dos homens e dos povos, que tornaram possível a atual tecnologia mediadora, e conseqüentemente expropriando-os de si mesmos. A intervenção das classes detentoras do poder é que introduz o mal da manipulação dentro da sociedade tecnológica. Como afirma Belda, “do ponto de vista sociológico, a manipulação supõe um modelo de sociedade elitista e autoritária baseada na desigualdade radical. Este modelo pode-se concretizar em formas muito diversificadas que vão desde uma sociedade descaradamente fascista a uma sociedade industrial avançada formalmente democrática…
O dinamismo da manipulação requer estes três suportes, para funcionar: a) desigualdade social institucionalizada; b) relações sociais fundadas no domínio de uma minoria sobre a maioria; c) manejo da consciência individual, graças aos serviços das instituições educativas e dos meios de comunicação de massas. Diante dessa manipulação estrutural só é possível a alternativa de uma reestruturação social na qual, partindo de uma verdadeira democratização, se consiga “despojar” as novas classes do poder de suas injustas apropriações exploradoras e manipuladoras para devolvê-las ao homem e aos povos.


A Ideologia da Sociedade Industrial: O Homem Unidimensional. Herbert Marcuse. Quarta ediçao. Zahar Editores. Rio de Janeiro.1973.

* A unidimensionalidade da sociedade como origem da manipulação humana estrutural.

A escola de Frankfurt coloca a manipulação na eliminação da capacidade do homem para desenvolver a função crítica de sua razão e a função utópica do sentido da totalidade. Marcuse concretizou esta afirmação geral assinalando que a manipulação humana surge quando se reduz o homem à “unidimensionalidade”.

Tal “unidimensionalidade” ele a descobre nas sociedades industriais avançadas, dentro das quais “a cultura, a política e a economia se unem num sistema onipresente que devora ou rechaça todas as alternativas. A produtividade e o crescimento potencial desse sistema estabilizam a sociedade e contêm o progresso técnico dentro do limite da cominação. A razão tecnológica tornou-se política”. (H. MARCUSE, O homem unidimensional).


Grafico-resumo que manuscrevi em grafite na contracapa do livro A Ideologia da Sociedade Industrial: O Homem Unidimensional de Herbert Marcuse. Brasilia- DF, 02.04.1984. Ton MarMel.


Nas sociedades industriais avançadas poder-se-ia propiciar o reino das liberdades contanto que se desse fim à racionalidade tecnológica. Somente fazendo desaparecer a “unidimensionalidade” se poderá conseguir a libertação e, portanto, a eliminação da manipulação humana.


   
Observações que manuscrevi em grafite por todos os espaços em branco, de todas as páginas, do livro A Ideologia da Sociedade Industrial: O Homem Unidimensional de Herbert Marcuse. Brasilia- DF, 02.04.1984. Ton MarMel.


* A “sociedade rica” e sua manipulação através do consumismo.

A sociedade está projetada e se expande dentro de uma civilização dominada pela lei “do consumo”. A industrialização do passado, o urbanismo e a massificação de ontem e o tecnicismo de hoje desembocam necessariamente numa “sociedade opulenta” e de consumo. Esta situação é a origem da manipulação estrutural que acompanha a sociedade atual."




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