SENTENÇA
DE JESUS CRISTO
Sentença de Jesus Cristo. Reprodução in totum por Antônio Martins Melo (Ton MarMel) da peça do processo de Jesus Cristo arquivada no Museu da Espanha |
No ano de dezenove de TIBÉRIO CÉSAR, Imperador Romano de todo o mundo,
Monarca invencível na Olimpíada cento e vinte um, e na Elíada vinte e quatro,
da criação do mundo, segundo o número e cômputo dos Hebreus, quatro vezes mil e
1cento e oitenta e sete, do progênio do Romano Império, no ano setenta e três,
e na libertação do cativeiro da Babilônia, no ano mil duzentos e sete, sendo
governador da Judéia QUINTO SERGIO, sob o regimento do governador da cidade de
Jerusalém, Presidente Gratíssimo, PÔNCIO PILATOS; regente da Baixa Galileia,
HERODES ANTIPAS; pontífice do sumo sacerdote, CAIFAS; magnos do Templo, ALIS ALMAEL,
ROBAS ACASEL, FRANCHINO CEUTAURO; cônsules romanos da cidade de Jerusalém,
QUINTO CORNELIO SUBLIME e SIXTO RUSTO, no mês de março e dia XXV do ano
presente - EU, PÔNCIO PILATOS, aqui Presidente do Império Romano, dentro do
Palácio e arqui residência, julgo, condeno e sentencio à morte, JESUS, chamado
pela plebe- CRISTO NAZARENO - e galileu de nação, homem sedicioso, contra a Lei
Mosaica - contrário ao grande Imperador TIBERIO CESAR. Determino e condeno por
esta, que se lhe dê a morte na cruz, sendo pregado
com cravos como todos os réus, porque congregando e ajustando homens, ricos e
pobres, não tem cessado de promover tumultos por toda a Judéia, dizendo-se
filho de DEUS e REI de ISRAEL, ameaçando com a ruína de Jerusalém e do Sacro
Templo, negando o tributo a César, tendo ainda o atrevimento de entrar com
ramos e em triunfo, com grande parte da plebe, dentro da cidade de Jerusalém.
Que seja ligado e açoitado, e que seja vestido de púrpura e coroado de alguns
espinhos; carregue a própria cruz aos ombros; para que sirva de exemplo a todos
os malfeitores, e que, juntamente com ele, sejam conduzidos dois ladrões homicidas;
saindo logo pela porta sagrada, hoje ANTONIANA, e que se conduza JESUS ao monte
público da Justiça, chamado CALVARIO, onde, crucificado e morto ficará seu corpo
na cruz, como espetáculo para todos os malfeitores, e que sobre a cruz se
ponha, em diversas línguas, o titulo: JESUS NAZARENO, REX JUDEORUM. Mando,
também, que nenhuma pessoa de qual quer estado ou condição se atreva,
temerariamente, a impedir a Justiça por mim mandada, administrada e executada
com todo o rigor, segundo os Decretos e Leis Romanas, sob as penas de rebelião
contra o Imperador Romano. Testemunhas da nossa sentença: Pelas doze tribos de Israel:
RABAIM DANIEL, RABAIM JOAQUIM BANICAR, BANBASU, LARÉ PETUCULANI. Pelos
fariseus: BULLIENIEL, SIMEÃO, RANOL, BABBINE, MANDOANI, BANCURFOSSI. Pelos hebreus:
MATUMBERTO. Pelo Império Romano e pelo Presidente de Roma: LÚCIO SEXTILO e AMÁCIO
CHILICIO.
CIVILIS RATIO NATURALIA JURA
CORRUMPERE NUM POSTEST
(A razão civil
não pode violar direito natural)
CÓPIA AUTENTICA DA PEÇA DO PROCESSO DE CRISTO EXISTENTE NO MUSEU
DA ESPANHA
Reprodução in totum por Antonio Martins Melo (Ton
MarMel)
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