ASSÉDIO MORAL
O assédio moral é qualquer comportamento abusivo e repetitivo
(gestos, verbalizações, escritos) que afeta a dignidade e/ou integridade física
ou psíquica de alguém no seu local de trabalho, gerando perda do emprego ou
prejuízo de funções laborais. Por apresentar caráter subjetivo e invisibilidade,
o assédio moral tem difícil constatação e penalização.
O medo de perder o emprego e os direitos contribuem para a continuação
do comportamento de assédio.
COMPONENTES
Repetição sistemática
lntencionalidade de forçar a pessoa a deixar o emprego
Direcionalidade a uma pessoa
Duração (durante a jornada de trabalho, por dias e meses)
Degradação deliberada das condições de trabalho
TIPOS
Ascendente: colaborador de nível hierárquico superior é assediado por um ou
vários subordinados.
Horizontal: colaborador assedia um companheiro com o mesmo nível hierárquico.
Descendente: colaborador de nível hierárquico superior assedia um subordinado.
Assédio moral simples: praticado por apenas um trabalhador.
Assédio moral coletivo: praticado por um grupo de trabalhadores.
Assédio moral praticado por terceiros: assediador é
externo ao local de trabalho.
Assédio moral misto: decorrente de relações hierárquicas horizontais e verticais
simultaneamente.
O assédio pode ser usado para provocar o erro do trabalhador e
possibilitar o afastamento, adquirindo função administrativa de gerenciar demissões.
FASES
Fase de conflito: contexto em que ocorrem conflitos entre pessoas com objetivos e
interesses diferentes, gerando problemas pontuais e atritos que podem ser resolvidos
com diálogo.
Fase de estigmatização: fase de maior duração em que ocorre o assédio (humilhações, comportamentos
perversos) por tempo prolongado.
Fase de intervenção na empresa: momento em que a direção toma
conhecimento do conflito, e caso não se trate de uma estratégia empresarial planejada,
são sugeridas soluções.
Fase de marginalização ou exclusão da vida laboral: a vítima abandona
o emprego, e quando persiste no trabalho desenvolve altos níveis de estresse, comprometendo
sua saúde. Casos mais extremos podem levar ao suicídio.
A violência no trabalho
pode ser física, sexual ou psicológica. Apesar de não ser possível determinar
um perfil psicológico específico do assediador, características narcisistas e
destrutivas de personalidade, dificuldade em aceitar críticas e desconfiança
excessiva podem ser encontradas.
As consequências para a vítima do assédio são prejuízo na
autoestima, na motivação, no desempenho, na identidade e nas relações afetivas
e sociais, além de sintomas depressivos, crises cardíacas, consumo de álcool, transtorno
de estresse pós-traumático e síndrome
de Burnout. O processo pode evoluir para incapacidade de trabalho, desemprego
ou morte. A humanização das relações de trabalho e as mudanças no estilo de
relação e liderança podem prevenir ou eliminar os danos aos trabalhadores.
ASSÉDIO
SEXUAL
o assédio sexual faz parte do assédio moral me em constranger alguém
com o intuito de obter vantagem sexual, prevalecendo-se condição de superioridade
hierárquica do emprego, do cargo ou da função. É um comportamento marcado por propostas inadequadas que causam
embaraço e constrangimento. As recusas constantes da vítima são seguidas de
ameaças que afetam seu desempenho. As mulheres são as vítimas mais frequentes, podendo
também ocorrer da mulher para o homem e com homossexuais.
O assédio sexual deve ser diferenciado da paquera entre colegas de
trabalho. Na situação de assédio, a relação sexual é imposta para evitar
inconvenientes no trabalho.
As vítimas tendem a sentir-se desrespeitadas, humilhadas,
intimidadas, tornando-se tensas, ansiosas e desconfiadas. O agressor pode apresentar
um perfil de personalidade perversa e frágil. O assédio pode terminar em
estupro, o que evidencia a importância da sua denúncia.
As consequências do abuso sexual são profundas, provocando
dificuldades no comportamento sexual, afetivo e social da vítima.
A conduta sexual não possui um padrão universal. E variável de
acordo com as regras de comportamento de uma cultura. A vítima questiona sua
culpa pelo assédio e essa confusão de sentimentos favorece o surgimento de
episódios depressivos, associados a crises pessoais, profissionais e
familiares.
O assediador apresenta características psicológicas disfuncionais,
história de vida e experiências que o levam a esse comportamento, além de uma
vivência sexual impulsiva, imatura e desordenada, que se manifesta de maneira inadequada.